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Ancestrais 40 - Registros Eclesiásticos

  • Foto do escritor: Thiago Gonçalves de Lins
    Thiago Gonçalves de Lins
  • 20 de fev.
  • 6 min de leitura

Os Registros Eclesiásticos da família Gonçalves Lins


Nesse quadragésimo capítulo - Ancestrais 40 - irei escrever sobre os registros dos meus ancestrais na família Gonçalves Lins.



A Igreja Católica está presente na história das famílias brasileiras desde a chegada dos portugueses. A primeira missa no Brasil foi celebrada em 26 de abril de 1500, na Bahia, pelo frade Henrique Soares de Coimbra. Em decorrência de antigos acordos realizados pela Igreja e o Reino de Portugal, de 1500 até mais ou menos 1890, teve vigência no Brasil o sistema do padroado (a Coroa Portuguesa recebia delegação papal para arrecadar os dízimos).


Poder político e poder religioso juntos, faziam com que algumas atividades desenvolvidas pela Igreja fossem, a princípio, próprias do poder público, a exemplo dos registros de nascimento (batismo), casamento e óbito.


Em um Brasil continental, onde, ainda hoje as distâncias são enormes, no Século XIX, as famílias precisavam se deslocar por picadas recém abertas nas matas, principalmente para se reunirem na Capela mais próxima para celebrações, especialmente casamentos e batizados. Hoje, esses registros nos revelam momentos da vida de nossos ancestrais.


Livros eclesiásticos pesquisados:


O REGISTRO PIONEIRO


O primeiro registro é datado de 26 de março de 1800. Escrito pelo padre José Vaz de Mattos, cita o batizado de Izidoro Gonçalves Lins.

Recorte do registro de batismo de Izidoro Gonçalves Lins em 26 de março de 1800 (LAPA, BATISMOS, 1797-1816, página 18).
Recorte do registro de batismo de Izidoro Gonçalves Lins em 26 de março de 1800 (LAPA, BATISMOS, 1797-1816, página 18).

Aos vinte e seis do mês de março de mil oitocentos batizei e pus os Santos Óleos ao inocente Izidoro, filho de Francisca Luiza (solteira) e de pai incógnito. Foram padrinhos Francisco Gonçalves Siqueira e Maria Pereira. Todos moradores desta freguesia.


O PRIMEIRO ÓBITO


As informações encontradas sobre minha sexta avó Francisca Luiza de Paula são escassas. Sabe-se que nasceu na região da Lapa (PR) por volta de 1770. Como ainda não foi localizada a certidão de batismo, avançar outras gerações está sendo bem difícil. Algumas informações foram encontradas nos maços populacionais da Vila Nova do Príncipe entre 1804 e 1818. No censo de 1815 cita que ela estava com 45 anos e residia com alguns filhos, incluindo Izidoro.

Recorte da certidão de óbito de Francisca Luiza de Paula em 4 de dezembro de 1825 (LAPA, ÓBITOS, 1814-1854, página 52).
Recorte da certidão de óbito de Francisca Luiza de Paula em 4 de dezembro de 1825 (LAPA, ÓBITOS, 1814-1854, página 52).

Aos quatro de dezembro de 1825 faleceu Francisca Luiza de Paula (solteira) de idade mais ou menos cinquenta e cinco anos. Recebeu os sacramentos da penitência e extrema unção e foi sepultada no cemitério da Matriz.


O PRIMEIRO REGISTRO EM SOLO CATARINENSE


Lages ficava nas margens do Caminho do Viamão, assim como Lapa. Por ali, passavam tropeiros que vinham do Sul do Brasil com destino a Sorocaba. Em meados da década de 1820, com o desenvolvimento da pecuária na região dos Campos de Lages, o correu um grande movimento de famílias se transferindo da Lapa, Castro, Ponta Grossa para a região. Foi nessa época que Izidoro Gonçalves Lins, tropeiro biriva, ficou residência na Coxilha Rica.

Recorte da certidão de casamento de Izidoro Gonçalves Lins e Felicidade Maria do Espirito Santo em 20 de novembro de 1830 (LAGES, CASAMENTOS, 1799-1831, página 57v).
Recorte da certidão de casamento de Izidoro Gonçalves Lins e Felicidade Maria do Espirito Santo em 20 de novembro de 1830 (LAGES, CASAMENTOS, 1799-1831, página 57v).

Aos vinte dias do mês de novembro de mil oitocentos e trinta nesta Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres da vila de Lages, receberam-se em matrimônio Izidoro Gonçalves Lins e Felicidade Maria do Espirito Santo. Ele filho de Francisca Luiza e de pai incógnito, natural e batizado na Vila do Príncipe. Ela filha de José Ignácio de Barros e Euzébia Maria, batizada nesta paróquia. Ligados em segundo e terceiro grau por afinidade.


A certidão cita que Izidoro e Felicidade eram ligados em segundo e terceiro grau por afinidade. Provavelmente o avô de Izidoro tinha ligação com os ancestrais maternos da Felicidade.

(pesquisas estão em andamento)


OS FILHOS DE IZIDORO DE FELICIDADE


No ano seguinte ao casamento, Izidoro e Felicidade tiveram o primeiro filho: Maria Felicidade de Barros.


CURIOSIDADE: conforme o costume português, nas primeiras gerações, as filhas mulheres, em geral, recebiam o sobrenome da mãe ou do avô/avó. É o caso da Maria Felicidade de Barros que herdou o sobrenome de José Ignácio de Barros, seu avô materno.

Os registros de batismos de três filhos não foram localizados:

  • Francisca Maria de Barros, nascida em 1832

  • Izidoro Gonçalves Lins, nascido em 1833

  • José Gonçalves Lins, nascido em 1835


GONÇALVES LINS OU MACIEL BARBOZA?


Meu tetravô José Gonçalves casou em 1856 com Innocencia Barboza da Silva. Como já mencionado em Ancestrais 2 e Ancestrais 3, José e Innocencia não tiveram filhos e não viviam maritalmente. José teve sua descendência com Maria Maciel Barboza. Quando se tratava de pessoas não casadas, a Igreja Católica costumava citar apenas o nome da mãe (solteira), mencionando o pai como "incógnito". É o caso da certidão de batismo do meu trisavô Aureliano Gonçalves Lins.

Recorte do registro de batismo de Aureliano Gonçalves Lins em 4 de agosto de 1859 (LAGES, BATISMOS, 1858-1863, Livro 15, página 26).
Recorte do registro de batismo de Aureliano Gonçalves Lins em 4 de agosto de 1859 (LAGES, BATISMOS, 1858-1863, Livro 15, página 26).

Aos quatro dias do mês de agosto de mil oitocentos e cinquenta e nove nesta Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres de Lages, batizei e pus os Santos Óleos ao inocente Aureliano, filho de Maria Maciel, solteira. Foram padrinhos Izidoro Gonçalves Lins e Generoza Maria de Chaves.


Aureliano casou em 3 de maio de 1886 na Igreja Matriz de Lages. Repare que nessa data - estava com 30 para 31 anos - ele ainda é citado como Maciel Barboza.

Recorte do registro de casamento de Aureliano Gonçalves Lins e Maria das Dores Diogo em 3 de maio de 1886 (LAGES, CASAMENTOS, 1884-1891, Livro 17, página 60).
Recorte do registro de casamento de Aureliano Gonçalves Lins e Maria das Dores Diogo em 3 de maio de 1886 (LAGES, CASAMENTOS, 1884-1891, Livro 17, página 60).

Aos três de maio de 1886 em presença do Reverendo Padre Antônio Luiz Esteves de Carvalho, vigário de Lages e das testemunhas nomeadas receberam-se em matrimônio na forma da Santa Madre Igreja, Aureliano Maciel Barboza e Maria das Dores Diogo, filha de Cândido Antônio Diogo e sua mulher Maria Joaquina da Maia. Ambos os contraentes são desta paróquia de Lages.


Somente em 1893, após a homologação de bens da primeira esposa de José é que Aureliano passou assinar Gonçalves Lins.

Recorte de registro de 1890 constando o sobrenome Maciel Barboza e outro registro de 1897 constando Gonçalves Lins
Recorte de registro de 1890 constando o sobrenome Maciel Barboza e outro registro de 1897 constando Gonçalves Lins

Em 1893, meu bisavô Celestino Gonçalves de Lins tinha três anos. Foi nessa época de mudanças de sobrenome que ele nasceu e foi registrado. Aureliano manteve nele - e nos demais filhos - o sobrenome Gonçalves Lins.

Recorte do registro de casamento de Celestino Gonçalves de Lins em 11 de julho de 1892 (LAGES, BATISMOS, 1872-1894, Livro 32, página 29).
Recorte do registro de casamento de Celestino Gonçalves de Lins em 11 de julho de 1892 (LAGES, BATISMOS, 1872-1894, Livro 32, página 29).

Por volta de 1910, com 20 anos de idade, Celestino ingressou na Diretoria de Viação, Terras e Obras Públicas do Estado, trabalhando na abertura e manutenção da Estrada de Rodagem Estreito-Lages. O percurso, com cerca de 240 km, exigia muito esforço no trecho da Serra Geral e ele foi então, encaminhado para trabalhar na região da Boa Vista, em Rancho Queimado.


Em 1915 conheceu Rosa Maria Francisca Lopes, casando-se no final de 1916.

Recorte do registro de casamento de Celestino Gonçalves de Lins e Rosa Maria Francisca Lopes em 14 de dezembro de 1916 (CURATO DE TERESÓPOLIS, CASAMENTOS, 1912-1925, Livro 3, página 42).
Recorte do registro de casamento de Celestino Gonçalves de Lins e Rosa Maria Francisca Lopes em 14 de dezembro de 1916 (CURATO DE TERESÓPOLIS, CASAMENTOS, 1912-1925, Livro 3, página 42).

Celestino Gonçalves Lins, com vinte e cinco anos, batizado em Campo Belo do Sul, filho de Aureliano Gonçalves Lins e Maria das Dores Alves, casou-se com Rosa Maria Francisca, com vinte e nove anos, natural de Angelina, filha legítima de Francisco Lopes e Maria Francisca da Conceição.


O PRIMEIRO REGISTRO EM BOM RETIRO


Embora o primeiro registro tenha sido o batizado de Estelina Rosa de Lins em abril de 1929, o registro que cita um ancestral direto meu em Bom Retiro foi encontrado na Igreja Matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.


Celestino e Rosa Maria transferiram residência para a Guarda-Velha no início de 1924 quando, meu avô Anisio Gonçalves de Lins estava com 3 anos de idade. Dezenove anos depois, em 11 de setembro de 1943, Anisio casou com Enedina Costa, e esse, ficou sendo o primeiro registro em Bom Retiro.

Recorte do registro de casamento de Anisio Gonçalves de Lins e Enedina Costa em 11 de setembro de 1943 (BOM RETIRO, CASAMENTOS, Livro 1, página 23).
Recorte do registro de casamento de Anisio Gonçalves de Lins e Enedina Costa em 11 de setembro de 1943 (BOM RETIRO, CASAMENTOS, Livro 1, página 23).

Em 26 de janeiro de 1945 nasceu Álvaro Gonçalves de Lins - meu pai. Ele foi batizado no dia 17 de março de 1945 na Capela Imaculada Conceição na Guarda-Velha em Bom Retiro

Recorte do registro de batismo de Álvaro Gonçalves de Lins em 17 de março de 1945 (BOM RETIRO, BATISMOS, Livro 2, página 1).
Recorte do registro de batismo de Álvaro Gonçalves de Lins em 17 de março de 1945 (BOM RETIRO, BATISMOS, Livro 2, página 1).

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"Os Registros Eclesiásticos da Família Gonçalves Lins"

145 anos (1800-1945)

 
 
 

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