A família Barros nos Campos de Lages
Nesse vigésimo nono capítulo - Ancestrais 29 - irei escrever sobre os ancestrais da família Barros na região de Lages.
Campos de Cima da Serra, São Joaquim, Santa Catarina / Foto: Mycchel Legnaghi
Após a abertura do Caminho do Viamão por Cristovão Pereira de Abreu no início da década de 1730, os Campos de Cima da Serra começaram a receber moradores.
Em 7 de agosto de 1766, António Correia Pinto de Macedo recebeu a ordem para iniciar um povoado. No alto de uma colina, entre os Rios Caveiras e Carahá, o desbravador português ergueu a Freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres das Lages em 22 de novembro de 1766.
Manoel de Barros e sua esposa Ignácia Maria do Espirito Santo possivelmente chegaram na região junto da comitiva de Correia Pinto. Manoel era de São Paulo e Ignácia do Rio de Janeiro.
Em 27 de janeiro de 1779, Manoel recebeu do Governador da Capitania de São Paulo, Martim Lopes Lobo de Saldanha, uma sesmaria "nas cabeceiras do rio Pelotas e do rio Lavatudo". A sesmaria em questão possuía 16.200 alqueires. Era chão!
Trecho da carta de sesmaria recebida pelo meu sétimo-avô Manoel de Barros em 1779
Em vermelho (destacado) é o local aproximado da sesmaria de Manoel de Barros
[1] São Joaquim / [2] Fazenda Bom Sucesso / [3] Costa da Serra / [4] Campos de Santa Bárbara
Em 23 de abril de 1784 Manoel comprou de Pedro da Silva Ribeiro pelo preço de 225$000 (duzentos e vinte e cinco mil réis) terras na Costa da Serra, próximo a sua sesmaria. "A fazenda era denominada Faxinal, da qual já haviam sido senhores e possuidores o tenente Antonio Marques Arzão e João Damasceno de Córdova e fazia divisa com um córrego que fazia barra com o rio Pelotas" (Revista da ASBRAP, nº.6 - ANTIGOS PROPRIETÁRIOS RURAIS DE LAGES). Um dado curioso: vendedor e comprador são meus ancestrais. Pedro é meu sexto-avô (linha da minha avó paterna) e Manoel meu sétimo-avô (linha do meu avô paterno).
Seis meses depois de comprar a Fazenda Faxinal, Manoel comprou "uns campos conhecidos como Taipas", em 30 de outubro de 1784 pelo preço de 75$000 (setenta e cinco mil réis).
Conforme dados dos maços de população de Lages em 1798 Manoel possuía em sua fazenda: 60 cabeças de gado, 40 cavalos e 10 muares. Esses animais eram vendidos anualmente. Eram colhidos 50 alqueires de milho e 30 de feijão.
No final do século XVIII, José Ignácio de Barros casou com Euzébia Maria de Assunção e foram morar na Estância das Taipas no Cajurú. José Ignácio - meu sexto avô - era o quinto filho de Manoel e Ignácia. Ele foi batizado no dia 7 de março de 1773 na Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres.
Registro do batismo de José Ignácio de Barros em 1773
Em 1803 na Estância das Taipas moravam além de José Ignácio e sua esposa Euzébia o casal Francisco de Sousa e Joaquina Felizarda de Barros - irmã de José Ignácio. Marcavam anualmente 30 cavalos e 30 cabeças de gado, além de colherem 100 alqueires de milho, 34 de feijão e 4 de trigo.
Em vermelho (destacado) é o local estimado da Estância das Taipas no Cajurú, Coxilha Rica em Lages
Em marrom o Caminho do Viamão e azul o percurso do Rio Pelotinhas
[1] Marco da Vila de Lages (1ª tentativa de fundação)
[2] Campos da Fazenda Raposo de Manuel Joaquim Pereira
Após o falecimento de Manoel em 19 de julho de 1810 foi feito o inventário dos bens e no ano seguinte sua esposa Ignácia vendeu a Fazenda Faxinal. Provavelmente ela foi morar com algum dos filhos até sua morte em 31 de maio de 1814.
Registro de óbito realizado pelo padre Antonio Rodrigues Chaves Mariano. Manoel de Barros foi enterrado abaixo do púlpito da antiga Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres
Nos anos seguintes, José Ignácio continuou com o comércio de animais. Em 1816 nasceu Felicidade Maria do Espirito Santo. É através dela que o sobrenome Gonçalves Lins surgiu nos Campos de Lages. Ela casou com Izidoro Gonçalves Lins em 1830.
José Ignácio faleceu aproximadamente no ano de 1845 e sua esposa Euzébia no dia 12 de julho de 1850 em Lages.
Minha ascendência na Família Barros:
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