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Ancestrais 27 - Dia Internacional da Mulher

  • Foto do escritor: Thiago Gonçalves de Lins
    Thiago Gonçalves de Lins
  • 8 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 29 de jun. de 2023

As mulheres de outrora na família Gonçalves Lins


Nesse vigésimo sétimo capítulo - Ancestrais 27 - irei escrever sobre as valorosas mulheres da família Gonçalves Lins e suas lutas durante o século XIX.



Na família Gonçalves Lins o heroísmo nunca foi uma prerrogativa masculina. Quando criança pude presenciar a força, a determinação e o amor que minha avó Enedina carregava! E hoje, vejo tudo isso em minha mãe - Rosalina!


Mas como era a vida das mulheres da família Gonçalves Lins 150, 200 anos atrás?


A matriarca da família Gonçalves Lins, Felicidade Maria do Espirito Santo, nasceu no ano de 1816 em Lages. Foi batizada no dia 1º de janeiro de 1817 na Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres. Era filha de José Ignácio de Barros e Euzébia Maria de Assunção.


Registro do batizado de Felicidade Maria do Espirito Santo


Felicidade ainda era uma criança quando casou com Izidoro Gonçalves Lins no dia 20 de novembro de 1830. Mal posso imaginar o quão duro era o seu dia-a-dia. Certamente desdobrava-se para conseguir executar todas as tarefas que era encarregada: manter a casa em ordem e cuidar das crianças, tudo em paralelo com os exaustivos trabalhos na lavoura.


Aos 19 anos de idade, portanto em 1835, Felicidade já era mãe de quatro crianças. Ela ia crescendo, tornado-se mulher e mãe, tudo ao mesmo tempo.


Dias, meses e anos difíceis devem ter sidos aqueles entre 1835 e 1845. O período compreende a Revolução Farroupilha, com desdobramentos importantes em Lages e que certamente afetaram o cotidiano da família Gonçalves Lins.


Em O Tempo e o Vento de Érico Veríssimo, uma frase de Bibiana Terra cabe para dona Felicidade: "fiar, chorar e esperar, este é o destino das mulheres da família". Esperar com o coração na mão a volta do pai e do esposo em cada expedição tropeira - algumas com meses de duração.


Felicidade e Izidoro tiveram oito filhos, entre eles, José Gonçalves Lins. Zeca Biriva casou no dia 7 de maio de 1856 com Innocencia Barboza da Silva, mas seu coração sempre foi de Maria Maciel Barboza! O casamento arranjado deve ter sido, como muitos na época, para assegurar alguns hectares de terra e/ou cabeças de gado.


Difícil deve ter sido a vida da pobre Innocencia. Além de um casamento arranjado, carregava o trauma de ser estéril. Não muito diferente deve ter sido a vida da minha tetravó Maria Maciel - mãe do meu trisavô Aureliano. Terrível deve ter sido carregar a alcunha de mãe solteira, um escândalo para a época.


José e Maria Maciel casaram aproximadamente no ano de 1893 após o falecimento de Innocencia. Os dois faleceram no início do século XX em Capão Alto.


Aureliano Gonçalves Lins casou no dia 3 de maio de 1886 com Maria das Dores Diogo na Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres em Lages. Minha trisavó nasceu em 3 de janeiro de 1872 na Freguesia Nossa Senhora do Patrocínio de Baguais - atual Campo Belo do Sul, filha de Cândido Antônio Diogo e Maria Joaquina da Maia. Cândido era escravo! Maria das Dores nasceu pouco mais de 2 meses depois de promulgada a Lei do Ventre Livre. Certamente minha trisavó nasceu em uma senzala!


Registro do casamento de Aureliano Gonçalves Lins e Maria das Dores Diogo em 1886


No ano seguinte ao casamento nasceu o primeiro filho e ambos trocaram de residência. Saíram do Cajurú na Coxilha Rica em Lages e foram para Campo Belo do Sul. Aureliano e Maria construíram uma numerosa família e entre os filhos está meu bisavô Celestino Gonçalves de Lins.


Após o falecimento de Aureliano, Maria continuou morando em Campo Belo do Sul por mais alguns anos, indo, no início da década de 1930 morar com a filha Maria de Lourdes Lins em Lages, onde faleceu.


Não apenas a força, a determinação e o amor ligaram essas três valorosas e bravas mulheres. Talvez o ponto mais forte de ambas tenha sido a fé! Fé para suportar dias difíceis e conseguirem atravessar as dificuldades e construírem suas famílias.


HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Outras valorosas mulheres já publicadas no blog:


Ancestrais 8 - Enedina Costa

Ancestrais 14 - Catterina Alborghetti

Ancestrais 16 - Albina Maria Cambruzzi

 
 
 

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