Ancestrais 1 - Izidoro Gonçalves Lins
- Thiago Gonçalves de Lins
- 28 de jun. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: 29 de jul. de 2024
A chegada de Izidoro Gonçalves Lins nos Campos de Lages
Nesse primeiro capítulo - Ancestrais 1 - irei escrever sobre meu quinto avô, o Gonçalves Lins pioneiro em Santa Catarina.
Caminho das Tropas, Coxilha Rica, Lages, Santa Catarina / Foto: Viagens e Caminhos
Natural da Lapa, na época conhecida como Vila Nova do Príncipe e pertencente a Capitania de São Paulo, Izidoro Gonçalves Lins nasceu provavelmente no primeiro mês do ano de 1800. Seu registro de batismo é do dia 26 de março daquele ano na Igreja Matriz de Santo Antônio.
Sua mãe era Francisca Luiza de Paula e seu pai, desconhecido. Sobre Francisca, o Censo Populacional da Vila Nova do Príncipe de 1815 cita que ela tinha 45 anos, vivia da lavoura com os seguintes filhos: Matilde (25 anos), Demeciana (23), Joaquim (21), Gertrudes (18), Izidoro (15), Senhorinha (11) e Iria (5).

Batizado realizado pelo padre Joze Vaz de Mattos no dia 26 de março de 1800
Lapa ficava nas margens do Caminho do Viamão e era rota dos tropeiros que vinham do Sul do Brasil com destino a Sorocaba em São Paulo.
A grande Feira de Sorocaba ocorria anualmente entre os meses de abril e junho. Izidoro era tropeiro biriva e partia da Lapa sempre na primavera. O destino era a Coxilha Rica, por vezes atravessando o Rio Pelotas no Passo de Santa Vitória para buscar mulas nos Campos de Vacaria. Em algumas expedições, seguia ainda mais para o Sul, passando por Cruz Alta e entrando no Pampa Gaúcho, chegando nos arredores de Santana do Livramento e Bagé.
Com a tropa de mulas xucras formada, retornava para Lapa ainda em tempo de descansar os animais nas invernadas e posteriormente seguir para Sorocaba.
"O município de Lapa (antiga Vila do Príncipe) (...) era um importante ponto de parada e de comercialização intermediária. As invernadas no entorno da cidade eram comuns, pois, após a travessia do sertão lageano, os muares chegavam exaustos e muito magros, sendo preciso engordá-los para comercializá-los posteriormente" (CAMINHOS REDESCOBERTOS: O POTENCIAL TURÍSTICO DAS ROTAS DO SUL, 2005).
A chegada de Izidoro em Lages aconteceu em meados da década de 1820. Com o desenvolvimento da pecuária na região dos Campos de Lages, ocorreu um grande movimento de famílias se transferindo da Lapa, Castro, Ponta Grossa, entre outras para a região.
Casou-se com Felicidade Maria do Espirito Santo no dia 20 de novembro de 1830. A celebração foi realizada na Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres em Lages.

Casamento realizado pelo padre Anacleto Dias Baptista no dia 20 de novembro de 1830
Após o casamento, Izidoro se estabeleceu na Coxilha Rica em terras do seu sogro José Ignácio de Barros. A Estância das Taipas ficava próximo de onde hoje é a Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do Raposo nas margens do Caminho do Viamão.
Com fluxo constante de tropas que partiam do Rio Grande do Sul com destino a Sorocaba, Izidoro continuou com o comércio de tropas da família Barros.

Local aproximado da Estância das Taipas no Cajurú, Coxilha Rica; em marrom o trajeto do Caminho do Viamão e azul o percurso do Rio Pelotinhas
Do matrimônio com Felicidade Maria do Espirito Santo, encontrei até o momento, oito filhos: Maria, Francisca, Izidoro, José (meu tetravô), Claudino, Manoel, Senhorinha e João.
Referente ao óbito de Izidoro, encontrei apenas que, em 1856 ele já era falecido (informação encontrada na certidão de casamento do meu tetravô José Gonçalves Lins). Comparei com informações em outras certidões e a data do falecimento provavelmente foi entre os anos de 1853 e início de 1855.
Em contato com outros pesquisadores, fui alertado que possivelmente Izidoro tenha falecido no Rio Grande do Sul, na região de Vacaria. Porém, em pesquisas, encontrei indícios de que faleceu em Lages. Então, a busca pelo óbito continua!

Descendência
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Izidoro Gonçalves Lins nasceu provavelmente no primeiro mês do ano de 1800 na Lapa, Paraná. Era filho de Francisca Luiza de Paula. Casou com Felicidade Maria do Espirito Santo em 20 de novembro de 1830 na Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres em Lages, Santa Catarina. Era tropeiro Biriva. Faleceu por volta de 1855 em Lages.
Maria Felicidade de Barros, batizada em 30 de outubro de 1831 em Lages/SC. Casou com Constantino Joaquim da Silva em 16 de maio de 1858. Faleceu em Lages/SC em data ignorada.
Francisca Maria de Barros, também conhecida como Francisca Gonçalves Lins, nasceu no ano de 1832 em Lages/SC. Casou com Francisco Antônio dos Santos e em segunda núpcias com Pedro Borges do Amaral e Melo. Faleceu em 1º de fevereiro de 1897 em São Joaquim/SC.
Izidoro Gonçalves Lins, nasceu em fins de 1833 em Lages/SC. Casou com Generoza Maria de Chaves em 25 de maio de 1858. Faleceu no início da década de 1910 quando residia na localidade de Índios em Lages/SC.
José Gonçalves Lins, nasceu no verão de 1835 em Lages/SC. Casou com Innocencia Barboza da Silva em 7 de maio de 1856 e em segunda núpcias com Maria Maciel Barboza. Era tropeiro Biriva. Faleceu provavelmente no ano de 1906 em Capão Alto/SC.
Claudino Gonçalves Lins, nasceu em 4 de maio de 1838 e foi batizado em 8 de setembro do mesmo ano em Lages/SC. Casou em 25 de janeiro de 1865 com Maria Luiza do Carmo. Faleceu em 3 de dezembro de 1912 em Campos Novos/SC.
Manoel Gonçalves Lins, foi batizado em 1º de abril de 1845 em Lages/SC. Casou com Elisa Maria de Barros na década de 1870. Faleceu no início do século XX em Lages/SC.
Senhorinha Gonçalves Lins, nasceu no mês de novembro de 1847 em Lages/SC. Casou com Apolinário Antônio Machado. Faleceu em 1º de setembro de 1935 em residência na Rua São Joaquim em Lages/SC.
João Gonçalves Lins, nasceu no mês de julho de 1849 em Lages/SC. Casou em 6 de dezembro de 1866 com Florinda Maria de Chaves. Faleceu em 24 de dezembro de 1922 em Lages/SC.
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Foto de capa: Corredor das Tropas na Coxilha Rica, Lages, Santa Catarina
Créditos: Viagens e Caminhos
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